sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A MPB e seus discos com timbres horripilantes nos anos 80














Um pouco antes do Natal, dei-me de presente o conserto da vitrola aqui de casa. Já estava sem ouvir discos de vinil há um punhado de anos, pois meu antigo som simplesmente enferrujou todo por dentro e o “novo” – comprado de segunda-mão pela minha amada companheira – quebrou uma semana depois de conhecer seu novo lar. Após uns dois anos de enrolação, resolvi botar a mão na massa – quer dizer, no bolso – e levá-lo a uma oficina de eletrônicos no final da Asa Sul, a qual, cumprindo os mandamentos da “Lei de Gerson”, acabou cobrando um preço alto por um serviço aparentemente simples.

Resolvida a novela do conserto da radiola, fui voltando tímida e lentamente a ter contato com os meus discos de vinil. Neste ponto, vale explicar que não sou daqueles fetichistas que idolatram os bolachões-de-sei-lá-quantos gramas, por possuírem mais graves e a capa grande de 31cm x 31cm, coisa e tal. Pelo contrário, tenho uma certa desconfiança em relação a esses puristas e chego a apostar que 50% das pessoas que sustentam tal discurso não sabem nem o que estão dizendo - simplesmente, voltaram a ouvir vinil porque é moda. E, aliás, cá entre nós, tem coisa mais chata do que ficar mudando o lado do disco a cada 27 minutos? Se existe uma revolução, ela se chama MP3, na minha humilde e contestatória opinião.

(Tá, mas vamos deixar meus dramas de lado para começar a porcaria dessa postagem. Aliás, já notaram o meu enorme ‘talento’ para nunca ser direto? O que era para ser uma abertura simples de texto acaba se tornando quase que uma descrição de personagem do livro ‘O Guarani’, de José de Alencar. Poxa, como todos já leram no título, essa postagem se presta a falar dos timbres horripilantes da MPB nos anos 80, mas, simplesmente, não consigo entrar no tema...)

O fato é que voltei a ouvir meus LPs. Modéstia à parte, devo confessar que, se o meu acervo é mediano do ponto de vista quantitativo, no lado qualitativo o considero razoavelmente rico. Nele, pode-se encontrar, por exemplo, um 3 Feet High and Rising, do De La Soul, ao lado de Please to Meet Me, do Replacements; ou um Extra Texture, de George Harrison entre vários do Led Zeppelin e do The Clash; Doolittle, do Pixies, está encostado no New Tradicionalists, do Devo, que, por sua vez, faz fronteira com What’s Going On, de Marvin Gaye, seguido por High Energy Plan, do 999, e por aí vai. Saindo da praia estritamente roqueira, há também diversos bolachões legais de música brasileira - alguns comprados e outros herdados de parentes - que vão de Lupicínio Rodrigues a João Bosco; do maestro soberano da bossa nova Tom Jobim aos tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil; do samba rock de Jorge Ben às crônicas urbanas de Noel Rosa e de seu discípulo Chico Buarque, entre outros.

Nessas minhas empreitadas pelo terreno fértil da MPB, além do imenso talento de nossos compositores, pude reparar uma característica não muito positiva na indústria fonográfica nacional: os timbres horrorosos dos discos gravados nos anos 80. Essa percepção, já existente desde a minha adolescência, tomou uma dimensão maior e mais amadurecida a partir da audição, há alguns dias, do álbum Luar (A gente precisa ver o luar), lançado em 1981 pelo compositor baiano Gilberto Gil e que marca o início de sua parceria com o produtor Liminha. À medida que o long play rodopiava na vitrola, ficava estarrecido como a caixa de bateria soava magra, como os instrumentos e a voz “brilhavam” mais do que o necessário, como a presença dos sintetizadores (tocados pelo bam-bam-bam Lincoln Olivetti!) era exagerada e como, enfim, a escolha equivocada dos sons de grande parte dos instrumentos ajudava a esconder a qualidade daquelas composições.

A partir daí, comecei a lembrar de faixas gravadas por artistas da MPB na década de 1980 que possuíam “desvios de conduta” muito parecidos com os apresentados no disco Luar. Vieram-me à cabeça timbres tenebrosos, como os do roquinho magro Punk da Periferia (do disco Extra, de 1983), de Gilberto Gil, uma espécie de afronta ao estilo criado por Chuck Berry & Cia, que não se salva nem com a participação do talentoso Lulu Santos nas guitarras. E o que dizer de Eclipse Oculto (Uns, de 1983) e Podres Poderes (Velô, de 1984), de Caetano Veloso, que poderiam servir de matéria-prima para uma aula do curso de produção musical – neste caso, de como nunca se gravar um disco - na renomada faculdade de Berklee, nos Estados Unidos? A música Lilás (do disco homônimo, de 1984), de Djavan, mesmo que gravada no exterior com músicos brasileiros e estrangeiros de primeira linha, é outra a chamar a atenção pelos teclados de gosto bastante duvidoso.

Neste momento, uma pessoa mais ligada em estilo poderia me dizer que os pedais de guitarra Flanger, Chorus e Phaser, os sintetizadores, as caixas de bateria mais magras, os baixos estalados e os famigerados solos de sax alto são produtos típicos dos anos 80, seja no Brasil ou no exterior. Portanto, essa estética encontrada nas músicas dos artistas de MPB só estava sintonizada com uma tendência mundial. De fato, isso explica muita coisa, mas não tudo. Na minha opinião, a questão é que, nos discos de MPB, essa fórmula foi, digamos, mais mal aplicada do que no resto do mundo – ou, sendo mais específico, nos EUA e na Inglaterra. Isso porque, por mais que os nossos músicos tenham incorporado a guitarra à música brasileira (desde a Jovem Guarda, passando por Mutantes e Novos Baianos), a tradição da dita MPB é quase que exclusivamente baseada no esquema voz e violão de cordas de nylon. Prova disso é a veneração dos tropicalistas pelo “gênio indomável” da bossa nova João Gilberto.

Ao ouvirmos os discos de música brasileira dos anos 70, notamos que, apesar de a estrutura de estúdio ser claramente mais modesta, os timbres e arranjos parecem ter mais estilo e ser, de certa forma, mais compatíveis com o “swing” - essa palavra é muito escro** - da nossa MPB: baixos graves, baterias “cheias”, etc. Tudo bem que rola uma ou outra coisa miserável, tipo o timbre da guitarra do solinho de Réu Confesso, de Tim Maia (pedal Fuzz ligado diretamente na mesa de som, que, de tão esquisito, virou cult), mas, em geral, o resultado em matéria de timbre nos anos 70 parece ser mais adequado e ter mais personalidade do que o da década seguinte. Basta ouvir discos legais, como Expresso 2222, de Gilberto Gil (1972), Tábua de Esmeralda, de Jorge Ben (1974) e Cinema Transcedental, de Caetano Veloso (1979), para concretizar essa visão.

O problema é que, na virada para os anos 80, o crescimento da pop music e do rock parece ter influenciado nossos compositores a caminharem rumo ao que era considerado moderno à época. Vem daí a busca pela sonoridade mais eletro-eletrônica e a batida mais reta. No entanto, como os artistas não tinham tanto conhecimento desse tipo de som e suas próprias composições se originavam de um lado mais acústico e ritmado, os resultados ficaram meio artificiais. Afinal, existe algo mais contraditório do que Caetano Veloso tocando violão ovation de nylon no videoclipe do pseudo-rock Podres Poderes? Neste ponto, nem a produção de feras como Liminha (e seu assistente de produção à época Chico Neves) nos discos de Gil, e do norte-americano Erich Bulling, no disco Lilás, de Djavan, conseguiu ajudar nossos artistas a terem um resultado sonoro mais aceitável.

O disco Estrangeiro, lançado por Caetano Veloso simbolicamente no fim da década de 1980 (precisamente, em 1989), trouxe novos ares para a produção musical brasileira. Capitaneado pelos norte-americanos Peter Scherer e Arto Lindsay (este último criado em Pernambuco), membros da banda experimental Ambitious Lovers, o disco muda completamente a forma de tratar os timbres e a execução dos instrumentos: o pop rock passa a dar lugar a algo mais cerebral; os solos dos instrumentos são trocados por execuções mais sóbrias, contidas; os próprios timbres perdem o excesso de brilho e passam a ser mais secos. Apesar de soar meio chato e cabeçóide na maioria do tempo, Estrangeiro traz de volta para os trilhos uma personalidade que havia se perdido desde a década de 70.

De qualquer forma, não se pode negar que os anos 80 foram um período rico em matéria de composições e da própria exposição dos artistas da MPB. Mercadologicamente falando, foi a década que deu estabilidade à carreira desses músicos. É uma pena que os timbres não estejam exatamente à altura das canções.

20 comentários:

  1. Penso que o fato também se dá pelo seguinte: nessa época no Brasil, os estúdios foram sendo incrementados, a tecnologia chegou aqui e o que me parece é que só valia a pena gravar se fosse pra usar tudo o que ela oferecia. Daí é reverber no talo, bateria "gateada" no talo, delay no talo... Não existiu uma moderação...

    É como nos anos 90 com o PC. Toda a comunicação visual dos anos 90 tem cara de Corel Draw no talo, onde os designers faziam questão de usar todos os efeitos possíveis.

    Agora, Caetano, nos shows atuais, tocando com um power trio e usando aquele violão vazado de Lenine também é de lascar. É a mesma proporção do ovation citado no texto... Que usasse uma semi-acústica...

    Abraços,
    Cury.

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  2. confesso que,sobre essa parte da história musical não tenho muito a dizer e acho que nem perceberia essas coisas que você mencionou.
    mas descobri uma informação massa sobre a musica ´´eclipse oculto``: a letra conta a história de uma brochada que rolou com o caetano numa tentativa de transa com a sônia braga.
    grande abraço.

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  3. Que papo de entendido, Pinzinho! Vc saca de música meismo hein...
    Bem, o estudo da psicoacústica é algo por demais subjetivo. Não é discutível. Adorei saber de suas percepções. A minha percepção é um pouco, só um pouco, diferente. De fato os sons que você menciona são datados e os timbres que você classifica como horripilantes – e que na verdade não são tão horripilantes assim -, dizem mais sobre a qualidade, ou a falta de qualidade, dos produtores brasileiros. Eu sempre achei que no Brasil temos bons compositores, mas em termos de produtores somos, ainda, fracos. Salvo algumas honrosas exceções, tipo Mitar Subotic, o Suba, que não era brasileiro, mas foi o melhor produtor brasileiro dos últimos tempos (que Deus o tenha). O interessante é que no momento da gravação fica todo mundo ovacionando o produtor. Mais tarde, ouvindo o resultado, percebe-se que o “grande” não era tão “grande” assim. Talvez fosse interessante voltar a dar mais valor ao produtor musical. Como na década de sessenta. Não sei. O que você acha? Gosto do assunto, apesar de não entender nada. Um pouco de humildade por parte dos músicos também ajudaria. É preciso parar com aquela coisa de “vão mexer no meu som...” A coisa não é sempre assim. Depende de vários fatores. O papo é longo.
    Só quero completar dizendo que existem muitos músicos que funcionariam muito bem como produtores musicais e insistem em ser "artista principal". Eu conheço vários assim.
    Os estímulos sensoriais da percepção variam, inclusive, entre os gêneros masculino e feminino. Raul Seixas, por exemplo, quando escreveu o Rock das Aranhas, teve uma percepção completamente equivocada do mundo aracnídeo. Não se pode colocar aranhas pra brigar! Aranhas não brigam meu amor. Aranhas se entendem, se amam, se entrelaçam e das quelíceras perfume espalham.
    Quanto às capas, acertaste na escolha da capa de Caetano. A bandeira do Brasil camuflada em vermelho, com Caetano em pose de quem está ouvindo o hino, foi uma ideia excelente para a capa. Eu compraria o disco pela capa, já que detesto Caetano Veloso. Agora, a capa do disco do Gil...Porra Pin, você escolheu o pior disco do cara, e a pior capa para ilustrar o texto cara... Aposto que foi por causa do bambi com bumbum arrebitado que tem no canto da capa, não foi? Gostou do bambi né? Ou tu tava querendo sacanear o ex-ministro? Boto fé véi!
    Esse lance de brochada com Sônia Braga deve ser mentira. Ninguém brochava com aquele furação de mulher não mermão. Se bem que Caetano... É. Pode ser verdade sim.

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  4. Pinduca, tenho todos esses Lps aí que citou e muito mais, também herdados. A sensação é a mesma. Ou melhor, a certeza é a mesma. Já que vc citou a qualidade, discutível, do vinil, eu vou te contar uma que passei com o Tom Capone (RIP). Estava escolhendo umas demos, dentre elas a da minha atual banda, para levar pra ele. Ele pediu pra dar uma ajeitada etc. Estando lá, no estúdio/apartamento, ele sacou vários vinis e vários cds. Perguntou como queria q a minha demo ficasse. Se como o vinil X ou o cd Z. O som dele, também por ser profissional, mostrou tudo de bom e ruim que tinha nos Lps e nos cds. E me explicou uma coisa, que nunca mais esqueci, kkkkkkkk: "Melhor um som seco para gravação duvidosa e aparelhagem ruim, do que um som definido em todas as suas nuances para a mesma gravina e uma aparelhagem razoável." Depois me explicou melhor tudo isso. Ele achava, devia ter um certo conhecimento de causa pra isso, que o digital acabava perdendo muitas coisas no meio do caminho. Mascarava etc. Já o vinil era um tanto mais 'puro' e (os antigos - pelo método de gravina antigo etc), talvez por causa disso, apareciam muito bem as coisas ruins e as coisas boas de todo processo musical e técnico. O fato é que hoje até a Xuxa canta q até os meus males "espanca"! Isso foi uma grande saída da era digital. E sim, os timbres eram horripilantes mesmo. Mas hoje temos grandes produtores, alguns muito escondidos do grande público, graças a Deus.

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  5. Pinduca, que tal ouvir esses discos em um sistema de som de referencia? Um em que tente se aproximar do que foi ouvido no estúdio na hora da masterizacao? Será que mudará sua percepção dos timbres?

    Suspeito que sim, mas não sei se pra melhor ou pior....

    Abraço,

    fu

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  6. Voce tem a arte da enrolação e tem autoridade para tanto,chérry! Aqui em casa tem muito vinil de rock nacional; familia grande é assim-cada um tem seu atrista(0u artistas)preferidos. Cor do Som, B.Guedes, Bethânia, Secos e Molhados... só ñ tem nada de bossa nova(graças). Por falar em vinil, é bom ouvir a coleção completa dos Beatles nesse arcaico aparelho de som,né? Tu citastes a má qualidade...pois aí que está o charmme, ué!!!!!!

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  7. Ai, Carlos! Fiz merda de novo! Esse comentário aí de cima é meu - Leocádia; este e-mail é do meu filho!...

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  8. Pinds, adorei o post. Achei legal você desconstruir esta mística exagerada em torno do vinil. Acho extremamente irritante essa conversa mole que se ouve por aí sobre a qualidade inferior de arquivos mp3 quando comparados ao som dos endeusados e imaculados bolachões. Como vc mesmo pontuou, acho que isso é coisa de gente excessivamente purista. Depois da ducha quente e o vibrador, o mp3 foi, certamente, uma das maiores invenções humanas de todos os tempos.
    Você está coberto de razão quanto aos timbres completamente horrorosos dos artistas citados.
    Em muitos casos ouvir MPB nessa época requeria
    coragem e acima de tudo estômago. É bom constatar que tudo evoluiu na nossa música com exceção do Oswaldo Montenegro e do Caetano Veloso, é claro.
    Valeu, amor da minha vida!

    Beijos estalados,

    Déby

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  9. Cury: Ótima colocação. Penso bem parecido com você, tanto em relação à tecnologia sendo (mal) usada nos anos 80 para a música quanto nos 90’s para a comunicação visual. E, de fato, esse violão vazado do Caetano Veloso (à Lenine) não tem nada a ver com o “indie-rock” da banda Cê.

    Goma: Pois é. Já ouvi falar que Eclipse Oculto trata de uma brochada, mas numa relação homosexual. Em se tratando de Caetano Veloso, qualquer versão parece ter sentido.

    Lívia: Concordo com você quanto à relação músicos x produtores. De fato, eu dei uma aliviada para o Liminha no texto, mas tenho minhas críticas ao trabalho dele: não gosto muito da produção do primeiro do Chico Sciense & Nação Zumbi e de alguns álbuns de rock, por exemplo; por outro lado, acho que ele acertou em vários discos dos Titãs. Ah, e o Lobão também já declarou que o Liminha “cagou” com um disco dele (não lembro qual). Você citou o Suba, que, de fato, era um ótimo produtor e morreu no auge da carreira. Na minha opinião, nos anos 90 surgiram outros bons produtores, como o Eduardo Bid, o Apollo 9, o pessoal do Instituto, o próprio John (do Pato Fu), o André Abujanra (do Karnak), o Miranda (que deu suas acertadas e vaciladas), entre outros - não podemos esquecer do Mário Caldato, que começou a travar contato com músicos brasileiros neste período. Mas, como você disse, o papo é longo.

    Sobre as capas: a escolha teve tão somente a ver com as músicas comentadas no texto (Podres Poderes está em Velô e Punk da Periferia, em Extra). Com todo o respeito, sabia que o viadinho lhe chamaria a atenção (e seria fruto de comentários). Mas, vem cá, pelo que acho que conheço da sua pessoa, você é bem fã de Caetano Veloso: praticamente, uma expert. Que história é essa de “detesto Caetano Veloso”, Lívia?

    Therje: Legal essa história do Tom Capone. Certamente, ele fazia parte dos 50% que entendem por que o disco de vinil é mais rico em matéria de som - pois ressalta mais acertos e erros, graves e agudos - do que o CD. Mas, peraí: se até o Armagedon e o Ataque Epilético lançaram disco de vinil, ninguém precisa ter medo de “errar” neste tipo de formato (rs). Sobre a proliferação dos bons produtores escondidos: concordo que essa é uma das vantagens trazidas pela Era Digital.

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  10. Fu: Boto fé que um sistema de som de referência traria outra percepção desses discos. Confesso que sou meio burrão nesse lado mais técnico da coisa: geralmente, não consigo sacar grandes diferenças de um som mega potente para outro pau de rato. Até porque a minha referência sempre foram sons de qualidade ruim. A propósito, já que estou falando com um especialista em áudio: muita gente tem falado dos discos remasterizados dos Beatles, que estão dando oportunidade para ouvirmos sons nunca escutados antes. Você já comprou esses discos? Gostou?

    Leocádia: Curti a sua coleção de discos de MPB: gosto do pouco que conheço de A Cor do Som, Beto Guedes e Secos e Molhados. Confesso que tenho um pouco de dificuldade com Maria Bethânia, embora saiba do talento dela. Quanto aos Beatles, tenho uns bolaçhões deles (incluindo a trilha de “Os Reis do Iê-Iê-Iê). Apesar de reconhecer o charme do vinil, não dispensaria os últimos recursos em áudio trazidos pela tecnologia.

    Bleffe: Fico lisonjeado que você considere meu blog como um espaço de divulgação de sua banda. De qualquer forma, mesmo sem ainda conhecer a Bleffe, confesso que ouvi poucos artistas legais influenciados por Lulu Santos. Na verdade, Claudinho & Buchecha talvez seja o melhor grupo inspirado no pop do ex-integrante do Vímana. Tem também um carinha no Rio que faz um Pop OK, chamado Jonas Sá, cujo timbre de voz parece bastante com o do Lulu. Valeu pelo comentário: assim que puder, dou uma escutada atenta no som de vocês. Boa sorte com a banda.

    Débora: Legal que você se identificou com o texto. Por incrível que pareça, ainda tenho um certo interesse pela carreira do Caetano Veloso, mesmo com toda a chatice dele. Agora, Oswaldo Montenegro, de fato, ninguém merece, assim como Jorge "Vacilo".

    Abraços a todos (e desculpem a demora na resposta).

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  11. Rapaz, uma vez eu tava a trabalho num show do Jorge Vacilo... Tava atrás do palco, vendo ele e sua banda de costas, quando, de repente, o tecladista dele simplesmente tirou as mãos do teclado e olhou pro relógio pra ver as horas... Nem o cara tava aguentando...

    Cury.

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  12. Linduca, o disco do Caetano com influências do Strokes é até razoável. Eu ouvi porque a Dida, uma grande amiga que adora Caetano, me mostrou. Ele e uns garotos fazendo rock né? Mas, no geral cara, o som de Caetano é um saco. Não consigo gostar não. Mas nada contra a figura chatíssima dele não. Ele é até a favor da diversidade...
    Sim. Quando ele canta que é neguinha eu acho legal também. É divertido. Mas fica nisso bicho.
    Pnduca, os melhores comments do seu blog são de Leocádia. Ela sabe tudo. Um beijo pra você Leocádia.

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  13. assino embaixo, pinduca.
    e isso é porque você nem outros nos timbres usados em discos de gal e zizi possi. é outro capítulo cafonália... e olha que eu acho a música "asa morena" demais. o problema é a "mudernidadi"...
    abração

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  14. Cury: Haha. Muito boa a história. Como diz o ditado: "Uma imagem vale mais do que mil palavras".

    Lívia: Continuo achando que você aplicou uma psicologia invertida para tentar parecer que não gosta de Caetano, mas que, na verdade, é uma grande fã do cantor e compositor baiano (rs). Bem, mas também acho que a fase "Strokes" dele tem até uns lances legais. Sobre os comentários da Leocádia: também os acho legais. Mas, vem cá, e a Débora? Você não é mais fã dos comentários dela?

    Olímpio: De fato, a Gal Costa tem uns discos com timbres ruins de lascar nos anos 80. Se não me engano, são uns discos produzidos pelo Guto Graça Mello. Cheguei a pensar na Gal Costa quando escrevi esse texto, mas como não conheço muito bem o trabalho dela, resolvi deixá-la de fora.

    Quanto à Zizi Possi, não só os timbres, quanto o estilo musical pelo qual ela optou nos 80's são de gosto bastante duvidoso. É uma pena, pois o timbre de voz e a técnica dela são excepcionais. O legal é que, a partir dos 90's, ela deu um outro rumo, mais sofisticado, para a carreira.

    De qualquer forma, as duas cantoras fizeram umas tranqueiras nos anos 80.

    Abraços a todos

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  15. Sabe o que eu acho interessante no vinil? O material impresso era muito mais rico. Eu adoro ficar lendo aqueles encartes do LP e ainda me lembro da frustração que tive ao comprar meu primeiro CD e me deparar com aquele papel fininho na capa, coisa mais sem graça...

    Quanto à qualidade, pelamor... também me lembro do deslumbramento ao ouvir meu primeiro CD... sem chiados ehehehe

    Mas também tenho uma vitrola... não tô nem um pouco a fim de comprar em CD o que já tenho em vinil... não tenho tanto cash ahaha

    Pelo mesmo motivo, de vez em quando ainda escuto uma fita K7... mas fala sério, aí é tortura pura, meu Deus...

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  16. Thelma,

    Escutar fita cassete, realmente, é meio torturante: aquele negócio de ficar procurando música por meio de FF e RW é um saco. Quanto ao encarte do vinil, de fato, é inegável que ele oferecia mais recursos, por causa do tamanho. De qualquer forma, você sace que eu gosto do formato de livrinho do encarte do CD? Por um lado, acho que isso até enriqueceu o material gráfico dos discos, pois o designer tinha que ter idéia para várias páginas - e não somente frente e verso, como era no LP.
    Sobre o lance de comprar em CD o que se tem em vinil: também não compro, não. O que faço é baixar em MP3 os discos que gosto mais.

    abs.

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  17. Eu já tive essa repulsa pela sonoridade das gravações mencionadas e outras correlatas... Hoje, eu "aceito" melhor e até gosto mais de algumas, por razões diversas.
    O grande problema de muitos desses discos - e isso vem ainda lá dos anos 70 - é uma certa padronização sonora imposta pela presença de figuras como Mazolla e Lincoln Olivetti, que acaba abafando um pouco a personalidade dos próprios músicos donos das gravações.
    DURO mesmo, entretanto, é quando o uso da produção é mal dosado ("mais mal aplicada que no resto do mundo", como você disse) e, ainda por cima, a qualidade da música é ruim, independentemente de sonoridade, como naquele disco "BOMBOM" da Rita Lee - para o qual a gravadora investiu uma grana preta para gravações no exterior com membros da banda TOTO, que geraram um disco cafona, datado e cheio de músicas pouco inspiradas que nenhum tipo de produção salvaria.

    (Jorge Malcher - só me deixaram postar como "Anônimo")

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  18. Jorginho: Desculpa a demora na resposta. Emendei um curso de formação numa viagem e só estou retornando ao blog agora. Concordo em gênero, número e grau com o que você disse. Apesar do que disse no texto, também aceito melhor alguns timbres dos anos 80. E, assim como você, acho que a mão pesada de alguns produtores ajudou a imprimir essa sonoridade esquisita nos discos de MPB dos anos 80. Não sabia que o disco Bombom, da Rita Lee, tinha sido gravado com os integrantes do TOTO. Realmente, eles eram excelentes músicos de estúdio, mas tinham o poder de "embregalhar" muitos discos (inclusive, os deles próprios).

    Valeu pela visita ao blog.

    Grande abraço

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  19. EU SEI QUE NOS ANOS 80 HOUVE UM CERTO EXAGERO NA MAQUIAGEM DO SOM, O QUE ACABOU TIRANDO UM POUCO A NATURALIDADE DOS MÚSICOS, MAS, DE UM MODO GERAL, O SOM ME AGRADA. POR EXEMPLO, EU ACHO SUPER BACANA A TIMBRAGEM DOS INSTRUMENTOS NOS DISCOS DO LULU SANTOS, SOBRETUDO O CHORUS QUE ELE USAVA EM SUAS STRATOCASTERS E UM LEVE REVERB NA BATERIA EM ALGUMAS MÚSICAS.

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  20. As músicas dos anos 80 aqui no brasil ficaram artificiais mesmo. Aqueles equipamentos dos anos 80 casaram bem com bandas como depeche mode, que colocaram personalidade naquele som. Já aqui no brasil se os caras seguissem a ideia do João Gilberto, com voz e violão, teriam feito mais jus.

    As pessoas falam que o João Gilberto é isso é aquilo mas o cara se manteve na proposta dele, voz e violão, tudo limpo, e é assim que tem que ser.

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