
Aproveitando a chegada das festas de fim de ano, deixarei este blog em recesso até a primeira — ou, dependendo da preguiça, segunda — semana de janeiro. Como anuncia o cartaz que estampa esta postagem, desejo a todos um Feliz METAL e um próspero Ano Novo (do Calendário Maia?).
Como muitos, não gosto dessa época do ano, não: acho tudo demasiadamente melancólico e repleto de obrigações sociais (comprar presentes para a família em shoppings lotados, ceias tardias e sonolentas, festas chatas de reveillon em que todos se fantasiam de médico, etc, etc). Isso sem contar com a trilha sonora regada a sinos e corais — isso me faz lembrar de um amigo que não gostou do Pet Sounds, do Beach Boys, por considerar as músicas muito natalinas — e reuniões de trabalho com a famigerada brincadeira de amigo-oculto. Tudo bem que existe um lado bom nessa história toda: a folga no trabalh... quer dizer... o sentimento de comunhão entre as pessoas. Neste ponto, apesar de não ser dos mais religiosos, a minha impressão é que a comemoração do nascimento de Cristo — motivo pelo qual se celebra a data — fica meio que em segundo plano neste período.
Continuando com minhas lamúrias natalinas, devo confessar que, depois de ir a alguns shoppings procurar um colchão novo para tornar o meu sono um pouco menos agitado, já estou de saco cheio de ouvir falar das maravilhas do tal pillow top de VISCOELÁSTICO, a aclamada tecnologia desenvolvida pela NASA. Isso me leva a refletir: será que, por ser sempre noite no espaço sideral, os astronautas tendem a dormir mais? E, de repente, por essa razão, a NASA, com tantas descobertas relevantes para fazer, como a busca de água em Marte ou o efeito da radiação solar em Mercúrio, optou por deslocar um importante grupo de cientistas só para desenvolver novos tipos de ... colchões e travesseiros? Sei lá, na minha cabeça, o sono estaria em último lugar na lista de prioridades de um astronauta que acabou de fazer sua primeira viagem ao exterior (da Terra, neste caso).
E o que dizer da febre do algodão egípcio de trocentos fios? Pelo que lembro dos meus tempos de escola, o Egito só possuía terras cultiváveis às margens do — gigantesco, é verdade — Rio Nilo. Então, não parece possível, do ponto de vista geográfico, o país ter se tornado produtor do algodão utilizado em todos os lençóis do mundo. E por que essa paranóia do número de fios, de uma hora para outra? Até alguns anos atrás, as pessoas só se preocupavam se o lençol esquentava muito ou não, se era verde, vermelho ou florido. Mas, agora, ninguém dorme com nenhum pano que não tenha menos que 200 fios. Isso também não faz muito sentido, na minha opinião, e, provavelmente, na do líder indiano Mahatma Ghandi, se estivesse vivo.
Posso dizer que o meu alento neste desgastante período natalino foi ter sido atendido por cientistas – ou eram vendedores vestidos de cientistas? Caramba, acabei de descobrir a farsa - na loja de uma famosa marca de colchões. Brincadeiras à parte, a pergunta é: será que, ao instituir o uso de jaleco aos vendedores, o dono da loja realmente achava que iria conferir credibilidade à marca? Será que existe a possibilidade de algum cliente maluco cair nessa também tresloucada estratégia de marketing? A linha de pensamento do cliente incauto deve ser: — Eu só compro colchões aqui, pois estou sendo atendido por cientistas, que têm a real capacidade de resolver os meus problemas de sono.
No meio de tantos questionamentos, reclamações e chateações, só me resta tomar um Frozen Yogurt com “topping” de lichia, respectivamente o sorvete e a fruta do momento, para refrescar as idéias.
Feliz Natal, um 2010 repleto de rock'n'rooooooll e até o ano que vem.
PS: A foto do pitoresco cartaz que ilustra o post foi tirada por um grande amigo na comercial da 516 sul, em Brasília. Infelizmente, não pude comparecer ao evento, mas, pelas atrações, posso dizer que o bicho deve ter pegado por lá.